O amor tem prazo de validade?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

As pesquisas e os psicólogos dizem que a grande crise de um casal surge sempre aos sete anos… se o relacionamento durar tanto tempo, é claro. No entanto, nem todos estão de acordo com esta afirmação. Um estudo recente restringe o amor a quatro anos. Se o amor é alimento para a alma, lembre-se de que, como os iogurtes, também tem prazo de validade.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseado em dados do registro civil, no período compreendido entre 2002 e 2005 o número de casamentos no Brasil cresceu quase 17%, de 715.166 para 835.846.

Apesar disso, esta tendência parece estar cada vez mais rareando no mundo, pelo menos nos países desenvolvidos. Um estudo elaborado pelo Instituto italiano de Estatística (Istat) revelou que os italianos se casam cada vez menos.

Isso tem explicação, segundo especialistas da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) que analisaram as implicações neurológicas do amor, este sentimento que dura no máximo quatro anos e se caracteriza por ser um “estado de atordoamento temporário”.

No Brasil, enquanto o número de casamentos aumenta, o de divórcios segue o mesmo fluxo. Dados do registro civil coletados pelo IBGE indicam que entre 2002 e 2005 as separações judiciais aumentaram 2,8%, de 99.693 para 102.503 ao ano. O pico deu-se em 2003, quando 103.452 casais se divorciaram, frente a apenas 748.981 novas uniões.

A mesma tendência fica evidente na Espanha, principalmente em relação ao “divórcio expresso”, um mecanismo que os casais espanhóis com até dois de casamento podem recorrer para pôr um ponto final na relação em tempo recorde. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) espanhol sobre anulações, separações e divórcios, em 2006 houve um total de 145.919 dissoluções matrimoniais, 6,5 vezes a mais que no ano anterior.

Não confunda amor com atração sexual
O amor deve ser diferenciado de apego e atração sexual, pois estar apaixonado ativa substâncias químicas no cérebro que ocupam todos os neurônios e não se consegue mais pensar no ser amado, afirmou em comunicado Georgina Montemayor Flores, da Faculdade de Medicina da Unam.

A especialista, que dirige um grupo de pesquisa sobre o tema, explicou que quando um indivíduo se apaixona, “são acionadas as zonas que controlam as emoções, como o tálamo, a amígdala, o hipotálamo, o hipocampo, o giro cingulado e as partes do sistema límbico”.

Este estado físico químico também termina, disse Montemayor. “Costuma durar um máximo de quatro anos ou até que apareça outra pessoa que desperta essa paixão romântica, e só persiste o apego ou a companhia para uma pessoa”, afirmou.

É amor ou obsessão?
À medida em que alguém pensa recorrentemente na mesma pessoa, a condição psicológica do apaixonado pode ser comparada “a um estado obsessivo-compulsivo”, sustentou.

Por isso, Montemayor ressalta que “só se pode estar apaixonado por uma pessoa ao mesmo tempo”, caso contrário do apego ou do desejo sexual.
No início, o amor origina uma obsessão de tais dimensões “que as pessoas deixam de ser produtivas (…); de fato, as grandes obras de arte nunca foram criadas quando os autores estavam apaixonados, mas depois, no processo do desamor”.A especialista afirmou que as pessoas entram e saem desse estado de paixão porque o cérebro não poderia resistir a tanto desgaste se fosse mantido assim constantemente.

Coquetel de hormônios
“O espantoso é que o encéfalo se acostuma com as substâncias liberadas, pelo que, em seu caso, está à espera de que outra pessoa inicie este processo”, ressaltou. “Embora isso não tenha sustento moral, acontece com todos os seres humanos”, apontou.

No entanto, advertiu de que o amor romântico “é tão forte como o impulso de ingerir alimentos ou ter sede, pode ser controlado nas primeiras fases, mas, uma vez ativado, é impossível detê-lo imediatamente, embora seja temporário”.

Por outro lado, se desapaixonar por uma pessoa, segundo a pesquisadora mexicana, acontece porque o cérebro aumenta os níveis de oxitocina, o chamado hormônio do apego, “incompatível com a paixão romântica, que se transforma no carinho familiar”, disse. Para a especialista, “o amor tem um preço. Perde-se a liberdade e também torna-se dependente de outra pessoa e, por isso, deve-se lembrar que o desamor liberta”.

1 comentários:

Cris Medeiros on 11 de dezembro de 2009 às 19:10 disse...

Acho que o prazo de validade das minhas paixões é menor... rs

Beijocas

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